Em dia de festa de aniversário da sobrinha mais nova, e sem poder atravessar o oceano, porque a nado ainda falta um bocado... faltam as guelras e as escamas. Fiz-me ao mar para a primeira caçada do ano... tirei a licença ontem. Não havia ondas que me fizessem deslizar (nem a mim nem a ninguém), e mesmo assim entrei onde o mar até mexia um bocado, mexia o suficiente para me por a pensar, já de fato vestido, barbatana no pé e arma em punho no calhau, que o melhor era subir os calhaus de novo e entrar pelo porto mais próximo. Depois pensei melhor e fiz-me ao mar... afinal eram uns sets de meio metro e tinha (coisa rara) botas nos pés.
Pensei no pior que poderia acontecer, não conseguir sair. Se tal situação acontecesse nadaria que nem um peixe de guelra vermelha, irrigada e escama miúda até ao porto mais próximo e voltaria por terra até à carroça. Lembrei-me vezes sem conta do meu amigo de lindas caçadas, o Emanuel - Pico - (este sim verdadeiro caçador) e em particular de uma caçada que fizemos juntos naquele mesmo lugar... uma caçada cheia de particularidades: Uma entrada aparentemente fácil em que uma pequena vaga o projectou contra uma rocha; Um peixe que nunca tinha visto alguém capturar em caça submarina -o REI - Zeus faber; uma visita ás urgências do hospital para um raio-x, só para termos a certeza que as costelas do Pico estavam inteiras; E claro um alto jantar em que o REI foi o principal convidado. É verdade que tudo isto me passava pela cabeça durante os instantes em que entrei no mar no Pezinho ... lugar mágico... caçada mágica!!!! Dei à barbatana durante um bom par de horas, enquanto sondava o que ia passando pelo fundo, e tive a sorte de trazer os peixes Mullus surmuletos, Diplodus sargus, Sphyraena viridensis, Sparisoma cretense e Serranus atricauda. Foi uma caçada diversa pelas espécies e pelo trajecto. Passado mais de duas horas de barbatana sondei a costa e vi um castiço pescador a subir a falésia junto a uma linda e calma enseada... não pensei duas vezes, sai ai mesmo. Linda ponta de pedra usada pelos pescadores de calhau da freguesia, com lindas poças de água e com uma escada de pedra, sim
de pedra, porventura secular. O pior foi ter de voltar para a carroça passando por duas canadas atravessando 40 serrados, saltando 20 muros de pedra, 3 cancelas e duas manadas de vacas, estando uma delas na ordenha. O lavrador deve ter ficado um tanto ou quanto estupefacto quando viu um ser estranho atravessando, com dificuldade, muros e serrados com peixes, barbatanas, arma e boia pendurados às costas. Esse difícil trajecto foi também lindo, a paisagem verde com o azul-cinza do mar com as ilhas de S. Jorge, Pico e Graciosa a flutuar ao por do sol. Apesar do cansaço da subida da falésia e do longo caminho de volta à carroça, levo comigo, para além dos peixes, as imagens de dentro e fora de água de uma caçada ACORES. Ainda existem lugares Acores nos Açores...
Parabéns Francisca, o teu aniversário merecia uma comemoração especial, um dia especial.
Obrigado NEPTUNO
Pensei no pior que poderia acontecer, não conseguir sair. Se tal situação acontecesse nadaria que nem um peixe de guelra vermelha, irrigada e escama miúda até ao porto mais próximo e voltaria por terra até à carroça. Lembrei-me vezes sem conta do meu amigo de lindas caçadas, o Emanuel - Pico - (este sim verdadeiro caçador) e em particular de uma caçada que fizemos juntos naquele mesmo lugar... uma caçada cheia de particularidades: Uma entrada aparentemente fácil em que uma pequena vaga o projectou contra uma rocha; Um peixe que nunca tinha visto alguém capturar em caça submarina -o REI - Zeus faber; uma visita ás urgências do hospital para um raio-x, só para termos a certeza que as costelas do Pico estavam inteiras; E claro um alto jantar em que o REI foi o principal convidado. É verdade que tudo isto me passava pela cabeça durante os instantes em que entrei no mar no Pezinho ... lugar mágico... caçada mágica!!!! Dei à barbatana durante um bom par de horas, enquanto sondava o que ia passando pelo fundo, e tive a sorte de trazer os peixes Mullus surmuletos, Diplodus sargus, Sphyraena viridensis, Sparisoma cretense e Serranus atricauda. Foi uma caçada diversa pelas espécies e pelo trajecto. Passado mais de duas horas de barbatana sondei a costa e vi um castiço pescador a subir a falésia junto a uma linda e calma enseada... não pensei duas vezes, sai ai mesmo. Linda ponta de pedra usada pelos pescadores de calhau da freguesia, com lindas poças de água e com uma escada de pedra, sim
de pedra, porventura secular. O pior foi ter de voltar para a carroça passando por duas canadas atravessando 40 serrados, saltando 20 muros de pedra, 3 cancelas e duas manadas de vacas, estando uma delas na ordenha. O lavrador deve ter ficado um tanto ou quanto estupefacto quando viu um ser estranho atravessando, com dificuldade, muros e serrados com peixes, barbatanas, arma e boia pendurados às costas. Esse difícil trajecto foi também lindo, a paisagem verde com o azul-cinza do mar com as ilhas de S. Jorge, Pico e Graciosa a flutuar ao por do sol. Apesar do cansaço da subida da falésia e do longo caminho de volta à carroça, levo comigo, para além dos peixes, as imagens de dentro e fora de água de uma caçada ACORES. Ainda existem lugares Acores nos Açores...Parabéns Francisca, o teu aniversário merecia uma comemoração especial, um dia especial.
Obrigado NEPTUNO
Estás a ficar um escritor/relactador do caraças! Força nas guelrras e nos dedos! O meu email é: tifrco@hotmail.com...diz qq coisa por causa da tua encomenda.
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